Lisboa na “Tourism Review”: Medidas para o sector do turismo sobreviver

Lisboa na “Tourism Review”: Medidas para o sector do turismo sobreviver

A continuação da crise pandémica está a aproximar do colapso económico o turismo em Lisboa, diz a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), que propôs várias medidas para criar condições de sobrevivência do sector.

O grupo de trabalho do Conselho de Administração da ATL acredita que a preservação do tecido económico do turismo e a manutenção dos requisitos estruturais para o exercício da actividade são essenciais para que o sector possa voltar a desempenhar um papel decisivo no desenvolvimento do país. Através da mão-de-obra qualificada e a manutenção dos serviços essenciais, irão proporcionar no seu conjunto uma experiência positiva aos turistas que visitam a cidade.

Entendem também que, independentemente da crise pandémica, a marca de Lisboa não foi afectada. O desejo de viajar permanece, segundo a ATL, enfatizando a necessidade de iniciar uma nova fase que permita criar condições para que o sector turístico sobreviva. Tal actividade pode contribuir decisivamente para a recuperação económica e social da cidade, região, e de todo o país, sublinhando no entanto os seguintes aspectos:

Considerando os progressos no processo de vacinação, a massificação de testes e os conhecimentos já adquiridos, a estratégia de combate à pandemia deve entrar num novo paradigma, baseado na abertura de todas as actividades, sem restrições de horários e de ocupação. De acordo com a ATL, as empresas não podem ser responsabilizadas pela realização de qualquer tipo de teste ou acto de saúde especializado. A isenção de taxas nos espaços ao ar livre (esplanadas e terraços) deve ser prolongada até ao fim da pandemia. Os cafés e restaurantes devem poder transformar os seus espaços ao ar livre temporários em permanentes.

As medidas exigidas pelas associações sectoriais e pela CTP (Confederação do Turismo de Portugal) para preservar as empresas e o emprego, às quais o governo se comprometeu responder, devem ser rapidamente aprovadas e implementadas. O objectivo é preservar o tecido económico do turismo, o emprego e evitar que a mão-de-obra se afaste da actividade turística, comprometendo a sua recuperação futura.

As medidas em questão promovem não só a preservação do emprego, a questão associada às moratórias dos financiamentos bancários, apoiam os custos de aluguer, proporcionam apoio à liquidez, e asseguram a recapitalização das empresas, evitando um endividamento crescente que comprometerá o futuro.

O apoio à recuperação deve ser mantido até Abril de 2022 para todas as empresas que demostrem uma queda acentuada nas vendas. Estas medidas irão possibilitar a manutenção do emprego, apoiar as receitas e a capitalização das empresas, permitindo a não só a recuperação económica das empresas, mas também da economia nacional, ao qual se juntam acções que disponibilizam oportunidades de formação profissional. As medidas de capitalização e a luta contra os passivos das empresas devem ter uma forte componente não reembolsável.

Relativamente à questão do aeroporto de Lisboa, é urgente encontrar e começar a implementar uma solução adequada para servir uma cidade e uma região que esteja em consonância com uma capital europeia moderna e competitiva.

É igualmente necessário considerar a especificidade geográfica de Lisboa e do país, o que torna a questão aeroportuária mais decisiva, a qual deve encontrar respaldo nas opções estratégicas nacionais e europeias, especialmente no que se refere às questões ambientais.

Na sua declaração, a ATL salienta que, nos anos que antecederam a pandemia, Lisboa foi a região de mais rápido crescimento dentro do grupo equivalente de destinos turísticos. Em termos nacionais, foi o destino que mais cresceu, aumentando a sua quota de mercado.

Na actual crise do turismo, Lisboa foi o destino europeu e nacional mais afectado. Esta situação deve-se a vários factores, em particular, à estrutura do produto e ao facto de ser um destino preferencialmente acedido por via aérea. Durante o período da pandemia, não se registaram progressos para resolver o principal problema estrutural do turismo: a falta de uma oferta aeroportuária adequada que seja digna de uma capital europeia moderna.

Além disso, os peritos em turismo advertem que os números do turismo português são susceptíveis de se virem a agravar este Verão em comparação com o Verão de 2020.

Segundo o Fórum para a Competitividade refere no relatório apresentado no segundo trimestre de 2021 que: "Para 2021, tem havido muita disparidade na informação sobre a evolução do PIB português durante o ano. As restrições económicas relacionadas com a pandemia parecem excessivas, mas também tem havido recomendações algo contraditórias transmitidas por entidades do estrangeiro. Ainda assim, admite-se que o Verão turístico de 2021 será pior do que o de 2020". Considera ainda que a ajuda à recuperação contida no Programa Português de Recuperação e Resiliência (PRR) "é muito tardia" e "apesar de estar muito concentrada na situação económica, tem um calendário muito mais lento do que o de Espanha, o que mostra ser uma inexplicável contradição".

06 Agosto 2021